5.2.18

«Gritamos palavras, tesos como falos a fornicar o caos.»

E a própria Paulette acompanhava uma Internacional descabelada com voz de falsete. Divertidos, contentes de viver, e era tudo. Cada um com as suas opiniões obscuras e pessoais, intraduzíveis e mais além.
Muitas vezes fazíamos política a sério, discutindo conjecturas impossíveis, indignando-nos ferozmente com as enormes desigualdades, sem ideias claras, desnorteados, sôfregos, ignorantes. Éramos demasiado verdadeiros para sermos sólidos. Um sofisma nas trombas e ficávamos KO.


/Golpes, Jean Meckert/